Partindo do parecer
15/2010 da Câmara de Educação Básica (CEB) do Conselho Nacional de Educação
(CNE).O Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão colegiado independente
ligado ao Ministério da Educação (MEC), publicou nesta semana no Diário Oficial
da União a súmula de um parecer a respeito do livro "Caçadas de
Pedrinho", de Monteiro Lobato, e sobre obras em geral que contenham
trechos considerados racistas e que são distribuídas em escolas públicas.
O parecer
aponta assuntos tratados com preconceito no livro, como os negros e as
religiões africanas, quando se refere à "personagem feminina e negra Tia Anastácia (Tia Nastácia), e as referências aos personagens animais tais
como urubu, macaco e feras africanas". Em um trecho do livro, por exemplo,
a personagem Emília (do Sítio do Pica-Pau Amarelo) diz: "É guerra, e
guerra das boas. Não vai escapar ninguém - nem Tia Nastácia, que tem carne
negra"...
A obra de
Monteiro Lobato faz parte do acervo do Programa Nacional Biblioteca na Escola
(PNBE) e é distribuída em escolas públicas de todo o país.
O parecer
afirma que o programa segue critérios estabelecidos pela Coordenação-Geral de
Material Didático do MEC para a seleção de títulos, e um dos critérios é primar
pela "ausência de preconceitos, estereótipos ou doutrinações". Sendo
assim, o texto sugere que livros com teor semelhante não sejam selecionados no
PNBE ou, caso sejam, a Coordenação-Geral de Material Didático e a Secretaria de
Educação Básica do MEC deverão exigir da editora a inserção de uma "nota
explicativa" com esclarecimentos ao leitor sobre a presença de
estereótipos raciais na literatura.
No documento, a CEB
(Câmara da educação básica do CNE), analisa ofício protocolado no CNE pela
Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
República (Seprir), gerado a partir de denúncia sobre o conteúdo racista de Caçadas de Pedrinho , de Monteiro Lobato (1882-1948), publicado
em 1933. De acordo com o pesquisador Antonio Gomes da Costa Neto, a edição mais
recente da obra, adotada em escola particular do Distrito Federal, não toma
cuidados para contextualizar seus estereótipos raciais.
"Esta
providência deverá ser solicitada em relação ao livro Caçadas de Pedrinho e
deverá ser extensiva a todas as obras literárias que se encontrem em situação
semelhante". diz o documento, aprovado por unanimidade pela Câmara de
Educação Básica do CNE.
Outro
trecho do parecer afirma que o governo deve implementar política pública que
busque "formar professores que sejam capazes de lidar pedagogicamente e criticamente"
com "obras consideradas clássicas presentes na biblioteca das escolas que
apresentem estereótipos raciais".
A
conselheira Nilma Lino Gomes, hoje ministra da igualdade racial no Brasil
SEPPIR/DF/PR, relatora do parecer, confirma que o intuito não
é proibir obras como "Caçadas de Pedrinho" das escolas. "O
parecer segue as recomendações e critérios do próprio MEC para análise das
obras literárias a serem adotadas no PNBE", Destacando o critério de primar pela ausência
de preconceitos, estereótipos ou doutrinações, o que pode impedir que outras
obras clássicas que tenham teor racista entrem em programas como o Biblioteca
na Escola. "Recomenda-se que este princípio seja realmente seguido para
análise de todas as obras do PNBE e “PNLD”, quer sejam elas clássicas ou
contemporâneas."
O
parecer 15/2010 inclui, entre as "ações que deverão ser encadeadas",
a "necessária indução de política pública pelo Governo do Distrito Federal
junto às instituições do ensino superior - e aqui se acrescenta, também, de Educação
Básica - com vistas a formar professores que sejam capazes de lidar
pedagogicamente e criticamente com o tipo de situação" registrada em Caçadas de Pedrinho , ou seja, "obras consideradas
clássicas presentes nas bibliotecas das escolas que apresentem estereótipos
raciais".
Depois
de afirmar que "a literatura pode ser vista como uma das arenas mais
sensíveis para que tomemos providências a fim de superar essa situação", o
parecer do STF, usa citação de uma das
principais especialistas em Lobato, Marisa Lajolo. "Analisar a
representação do negro" na obra do autor pode, segundo ela,
"contribuir para um conhecimento maior deste grande escritor
brasileiro" e "renovar os olhares com que se olham os sempre
delicados laços que enlaçam literatura e sociedade, história e literatura,
literatura e política.".
Coadunado assim e relegando as criticas da
citada acima a senhora Marisa Lajolo, aos quais eu repudio e outrossim venho a referendar com
total veemência em acordo o parecer
15/2010 da CEB e do CNE, que sim reconhecem o preconceito racista e preconceituoso
da obra merecendo a mesma a ser referenciada seja com nota de rodapé seja mesmo
pela exclusão total de todas as linhas educativas e bem como seja feita
reprimenda publica no tocante e ou ate mesmo republicação com reforço integrado
se caso for o caso.
O livro então em voga "Caçadas de Pedrinho"
foi publicado em 1933 e faz parte do Programa Nacional Biblioteca na Escola
(PNBE), do Ministério da Educação. Foi distribuído em escolas de todo o país.
O questionamento foi feito por uma entidade do movimento
negro e por um técnico em gestão educacional. Eles afirmam e comprovam que o
livro tem 'elementos racistas". "Não há como se alegar liberdade de
expressão em relação ao tema quando da leitura da obra se faz referências ao
negro com estereótipos fortemente carregados de elementos racistas", diz o
recurso.
O parecer do CNE sugeriu uma "nota
explicativa" com esclarecimentos ao leitor sobre a presença de
estereótipos raciais na literatura.
O ministro Luiz Fux afirmou que a discussão é importante porque traz
"preceitos constitucionais como liberdade de expressão e vedação ao
racismo". O objetivo da audiência de conciliação é, segundo o minsitro,
"ensejar um desfecho conciliatório célere". Onde a mesma continua em instancia judicial e cabendo recursos
eternos.
Projeto
superando limites e dialogando com as diferenças através dos saberes.
1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO:
TEMA: Cultura
e identidade, estranhamentos e desnaturalização através dos saberes:
Comunicação para a Igualdade Étnico-Racial: Saberes e valores étnicos
PÚBLICO ALVO: Alunos
da Educação Infantil e do Ensino
Fundamental e Médio.
DURAÇÃO: 1. trimestre: CULMINANCIA: Dia 18 de novembro que antecede o
dia nacional da consciência negra. “20 Novembro- Zumbi dos Palmares”.
CARACTERÍSTICAS: Projeto interdisciplinar,
envolvendo todas as áreas da Educação Infantil e do Ensino Fundamental e Médio
de maneira integrativa e interdisciplinares e integradas através do Plano Político
Pedagógico PPP.
3. INTRODUÇÃO:
Como a educação escolar pode tratar no cotidiano a
presença de tantas diferenças étnicas e suas nuances e diversidades e
adversidades?
Há uma tendência nas “culturas” de destacar como
positivas as praticas e valores que lhes são próprios, gerando conflitos
desastrosos ou rejeição em relação ao que é diferente. Somos desafiados
constantemente pela própria experiência humana a aprender a conviver com as
diferenças. Como mudar as concepções de diversos indivíduos para que possa
compreender que nenhum ser humano é melhor ou pior do que o outro de forma
integradora e construída – palmilhada, passo a passo?
As discussões que surgem acerca
das diferenças e diferentes formas de preconceito cultural abordam a
necessidade de enfocar na educação escolar o trabalho com a diversidade
existente na cultura brasileira, primando pela valorização e respeito ao outro
e diversidades e bem como as adversidades.
É preciso compreender que antecedendo
as leis 10639/03 e 11.645/08 existiram e
ainda existem percursos de lutas pela em prol de direitos iguais, da
democracia. Dessa forma, o trabalho com esse tema requer um entendimento sobre
as causas políticas, econômicas e sociais sobre o preconceito, desnaturalização
e estranhamento principalmente dos estereótipos e dos preconceitos que
normalmente são velados.
Esse
projeto baseia no trabalho de diversos autores que tratam sobre a temática, mas
as idéias principais foram extraídas da Lei 10639/03 e 11.645/08, do documento
“Indagações sobre Currículo: Diversidade e Currículo” elaborado pelo Ministério
da Educação por Nilma Lino Gomes (2008), MUNANGA,
Kabengele & GOMES, Nilma Lino. Para Entender o Negro no Brasil de Hoje:
História, Realidades, Problemas e Caminhos. São Paulo, Global, 2004.
4. JUSTIFICATIVA:
Depois do levantamento realizado
pelos educadores na escola acerca da formação extra-escolar dos educandos e da
realidade sócio antropológica e geográfica e religiosa também e como não as contextualizações
caracterizantes e tidas como determinantes sociais onde está inserida a escola,
percebe-se grandes desafios referentes às diferenças e ao preconceito
racial, principalmente sobre os afro descendentes como também o não
conhecimento por parte dos educandos e alguns educadores sobre as raízes, a
história e a cultura africana e afro descendentes e afroamerindia.
As situações conflituosas
encontradas em salas de aula demonstram como as e os educandas e educandos e
bem como o próprio contexto social em que vivem, carregam em si o preconceito,
intolerâncias e xenofobias e outras que normalmente são veladas com foro social
advindo de diversas circunstancias, que
vem se acumulando de geração em geração. Os casos mais extremos de violência ou
bullyng, xenofobia e homofobia, racismo e vilipêndios e mesmo ataques de fúria
e acessos de raiva quase patológicos, estão relacionados à aparência física
(cor da pele, cabelos, gênero, recorte também geracional e como não a “pseuda
classe social determinada pelo capital”, lugar de origem...) e religiosidade
também e outro mote como a cada dia percebemos inclusive o recorte da Matriz
Africana e afro-brasileira e afro ameríndia como as mais vilipendiadas e
atacadas em seus discípulos (as) e seguidores (as).
Dessa forma, depois dos estudos realizados com os
professores pretendemos avançar no trabalho sobre a questão citada,
considerando a necessidade de desenvolver um projeto que possibilite alguns
caminhos para a prática de ações que se efetive a partir do estudo e
compreensão, com educandos, dos valores e identidades advindos do meio cultural
em que vivem.
5. OBJETIVO GERAL
Conhecer e valorizar a história e
culturas africana e afro descendentes, bem como desenvolver o respeito às
diferenças, repudiando qualquer forma de preconceito e ampliando seu
conhecimento cultural reafirmando assim o compromisso publico com a educação
diversa e de qualidade e acima de tudo laica.
6. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Viabilizar práticas pedagógicas que ajudem na
superação das diferenças culturais, ao invés de apenas abafá-las
veladamente;
- Conscientizar e discutir sobre o multiculturalismo
e diversidades;
- Pensar as relações entre Brasil e África fora
de padrões estereotipados muitas vezes expostos nos livros de historia e
na própria Historia eurocentrista;
- Desenvolver um senso crítico sobre o
preconceito racial, bem como trabalhar os valores humanos para que os educandos
se fortaleçam como sujeito social e cidadão, indviduos-pessoas, ativas e
promeminentes de suas próprias historias e de suas vidas protagonistas de
uma nova sociedade equanime.
- Repudiar formas de preconceitos, homofobias,
lesbofobias e sexismos, xenofobicas
e intolerantes e esteriotipadas e outras fobias.
- Valorizar a cultura negra e seus
afro-descendentes e afro-brasileiros, e afroamerindios na escola e na sociedade
na historia de nosso povo e de nossa identidade afirmativa;
- Entender e valorizar a identidade da criança
negra;
- Redescobrir a cultura negra, ao longo do tempo
principalmente com seus heróis e heroínas e como não extirpar o estereótipos
do “escravo” e da subveniência principalmente grafada nos livros outrora
didáticos.
- Desmitificar o preconceito relativo aos
costumes e valores cosmogônico e religiosos provindos da cultura africana,
afro-brasileira e afroamerindia
- Trazer à tona, discussões provocantes, por
meio das rodas de conversa, para um posicionamento mais crítico frente à
realidade social em que vivemos.
7. DESENVOLVIMENTO:
O desenvolvimento desse projeto
estará em consonância com as necessidades das turmas e a realidade local
escolar e contextualização regional e comunitária, O tema será desenvolvido na
sala de aula por meio de atividades para a sua exploração, sistematização e
para a conclusão dos trabalhos. Os educandos devem fazer observações diretas no
entorno familiar e comunitário, observações indiretas em ilustrações e/ou
vídeos, experimentações e leituras. Para tanto vamos utilizar:
·
História:
“Menina bonita do laço de fita”;
·
Exibição
de filmes como Kiricu e Herois de todo Mundo a Cor da cultura CANAL
FUTURA/SECADI/SEPPIR;
·
Promover
reflexões positivas de reportagens jornalísticas e textos da atualidade tratam
sobre o tema;
·
Audição,
análise e ilustração de músicas que retratem o tema;
·
Ilustrações
dos trabalhos de Candido Portinari – “Menina com tranças e laços” fazendo uma
analogia com o livro “Menina bonita do laço de fita” e “cabeça de negro”;
·
Estar em
contato com músicas da cultura africana como o samba, a batucada e as musicas
dos povos tradicionais de matriz africana de terreiros;
·
Produção
em artes com sucatas;
·
Assistir
e participar de uma apresentação de capoeira e de uma roda de candomblé na
escola;
·
Hora da
história: inserção de leituras sobre a temática nos 30 minutos de leitura
semanal, durante a execução do projeto;
·
Verificação
do caminho geográfico feito da África para o Brasil por meio do mapa mundi;
·
Confeccionar
cartazes – recorte, pintura e colagem - com fotos de revistas que tratam da
diversidade étnica brasileira e a cultura negra no Brasil;
·
Expor e
contextualizar comidas, saberes e fazeres da identidade negra no Brasil;
·
Realizar
brincadeiras e jogos infantis:
·
Construção
de uma máscara africana utilizando materiais recicláveis;
- RECURSOS:
- Filmes, Músicas, DVDs, CDs, Data show, Laptop,
Materiais de desenhos e pintura, Livros de histórias africanas ou que
retratem o tema, Mapa mundi, Reportagens jornalísticas, Obras de Cândido
Portinari, Sucatas, Revistas, Jornais, Modelos de jogos e brincadeira
africanos.
- AVALIAÇÃO:
A avaliação acontecerá durante
todo o processo educativo, de forma contínua e diagnóstica; com a intenção
fundamental de revisitar a prática pedagógica possibilitando o estímulo aos
educandos e professores e a prorpria comunidade escolar para desenvolverem-se
suas potencialidades levando em conta, principalmente, os avanços individuais
dentro da coletividade e a participação no decorrer das atividades do projeto,
de acordo com as peculiaridades de cada turma.
10. REFERÊNCIAS:
BRASIL. Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação das relações Étnico–Raciais e para o Ensino de
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Secretaria Especial de Políticas
de Promoção da Igualdade Racial. Brasília: MEC, 2005. 35p.
MACHADO. Maria Helena. Menina
bonita do laço de fita. São Paulo-SP. Ed. Ática, 2007.
GOMES, Nilma Lino. Indagações sobre currículo:
diversidade e currículo.
BRASÍLIA: Ministério da Educação, Secretaria da
Educação Básica, 2008.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. 1986. Identidade e
Etnia: Construção da Pessoa e Resistência Cultural. Editora Brasiliense, São
Paulo.
MESURE, Sylvie &
RENAUT, Alain. Alter Ego. Les Paradoxes de l’Identité Démocratique. Paris, Aubier,
1999
MUNANGA, Kabengele. Negritude: Usos e
Sentidos. 2a ed. São Paulo, Ática, 1986. ________. Rediscutindo a Mestiçagem no
Brasil: Identidade Nacional Versus Identidade Negra. Belo Horizonte, Autêntica,
2004.
MUNANGA, Kabengele (org.). Estratégias e Políticas
de Combate à Discriminação Racial. São Paulo, Edusp, 1996.
MUNANGA, Kabengele & GOMES, Nilma Lino.
Para Entender o Negro no Brasil de Hoje: História, Realidades, Problemas e
Caminhos. São Paulo, Global, 2004.
Revista Nova Escola. Vários
autores. São Paulo-SP – edição de Nov. 2004 e 2005. @ http://www.portinari.org.com.br
https://www.youtube.com/watch?v=7FxJOLf6HCA
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