Evolução das Ações Afirmativas nas Universidades Públicas Estaduais
Verônica Toste, Gabriella Moratelli e Marcia Rangel Candido
O Grupo de Estudos Multidisciplinares
da Ação Afirmativa faz o acompanhamento anual das ações afirmativas com o
objetivo de registrar a evolução na implementação dessas políticas e
sua distribuição pelo território nacional. A presidenta Dilma Rousseff
sancionou em 2012 o projeto de lei nº 12.711, que unificou as políticas
de ação afirmativa nas universidades públicas federais. No entanto, as
universidades estaduais permanecem sob jurisdição de cada unidade
federativa, apresentando, portanto, grande heterogeneidade de
experiências.
Em razão disso, o presente infográfico
apresenta a evolução das ações afirmativas nas universidades públicas
estaduais entre 2013 e 2014. Os dados foram obtidos a partir da coleta,
sistematização e análise das informações a respeito da disponibilização
de vagas e de cotas para diferentes grupos de beneficiários presentes
nos editais de vestibular, manuais de candidatos e termos de adesão ao
SISU das 58 universidades estaduais brasileiras.
A comparação entre esses anos sinaliza
que em 2014 o número de vagas ofertadas e reservadas aumentou. A
reserva de vagas para estudantes de escolas públicas e de baixa renda
também sofreu um incremento, passando de 15,8% do total de vagas
ofertadas, em 2013, para 17,8%, em 2014. No caso do grupo de
beneficiários que corresponde aos pretos, partos e indígenas, o aumento
foi de 10% para 11,6%. Na categoria “outros”, que dimensiona a reserva
de vagas para outros grupos de beneficiários, tais como quilombolas,
deficientes, nativos do estado etc, o aumento foi de 0,9% para 3,5%. De
uma maneira geral, a região que mais reserva vagas é a Centro-Oeste,
seguida por Norte, Nordeste, Sul e Sudeste. A região Sudeste é,
portanto, aquela que menos reserva vagas para estudantes cotistas. Essa
discrepância em relação às outras regiões deve-se em grande medida à
resistência de duas grandes universidades paulistas – USP e UNICAMP – em
adotar cotas. Como elas respondem por 45% das vagas ofertadas na
região, isso faz com que sua relutância em aderir às ações afirmativa
tenha impacto sobre a oferta de vagas reservadas.
O agregado dos dados de todas as
universidades estaduais do território nacional mostra que, entre 2013 e
2014, o número de vagas ofertadas aumentou 3,2% e o número total de
vagas reservadas aumentou 27%. Em relação aos grupos de beneficiários, o
aumento de vagas reservadas para estudantes de escolas públicas e de
baixa renda foi de 15,9%. Para pretos, pardos e indígenas foi de 19,3%.
E, por fim, a reserva de vagas para outros tipos de beneficiários
aumentou 314%. .
Nenhum comentário:
Postar um comentário